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Com apoio da Prefeitura de Santa Luzia, Festival promove a valorização da arte e cultura negra a partir do Quilombo do Talhado

Por ASCOM / PMSL   Terça-Feira, 29 de Novembro de 2022

O Quilombo da Serra do Talhado, em Santa Luzia, foi sede no último domingo (27) do II Festival de Cultura Quilombola, que reuniu representações de 33 quilombos paraibanos, que existem entre as regiões do Cariri e Sertão. A programação do evento buscou promover a valorização da cultura e da arte dos negros brasileiros remanescentes de famílias de africanos escravizados, que fugiram e criaram áreas para viverem livres.

O prefeito de Santa Luzia, José Alexandre de Araújo – Zezé, participou de toda a programação e destacou o incentivo do poder público à valorização da cultura quilombola.

“A realização do II Festival de Cultura Quilombola da Paraíba na Comunidade do Talhado tem uma representatividade especial e histórica, por ser o palco das gravações do Filme Aruanda, que lançou o movimento Cinema Novo, e por promover a divulgação do trabalho de anos realizado por centenas de homens e mulheres da comunidade, na produção de louças, no artesanato e na arte e cultura. O Talhado é um berço rico em cultura, e a Prefeitura de Santa Luzia é, e sempre será parceira de ações que venham enaltecer as raízes do nosso povo”, frisou.

O secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti destacou que a realização do Festival da Cultura Quilombo mudará a realidade da Comunidade Quilombola do Talhado, que já era reconhecida mundialmente pelas lentes do cineasta Linduarte Noronha, no Filme Aruanda, e que agora será conhecida pela arte e pela resistência do povo negro.

"A organização e realização de um Festival desse tamanho no alto da Serra do Talhado foi um enorme desafio. Mas, valeu a pena, pois, lá vivemos a cultura viva, em sua essência. Foi um evento que promoveu um resgate histórico, e marcou a valorização de um povo e de uma terra muito especial. A força da nossa cultura está na presença da negritude, pois, não existe um país que não tenha uma boa cultura sem a presença do negro e de sua arte”, frisou.

Para a secretária de Cultura de Santa Luzia, Tereza Nóbrega, os festivais de cultura quilombola, representam um grande encontro de irmãos e também uma oportunidade de reflexão para continuar desenvolvendo políticas sociais com o objetivo de realizar a reparação de direitos de quase 500 anos.

“O Festival representa um momento de reflexão para a população de Santa Luzia, mas é também um encontro de irmãos que tiveram realidades parecidas porque todos sofreram a negação dos seus direitos. É obrigação do poder público fazer a reparação social através de ações afirmativas que valorizem a cultura quilombola”, destacou.

SOBRE O FESTIVAL

O II Festival de Cultura Quilombola da Paraíba foi organizado e executado pelo Governo da Paraíba, através da Secretaria de Estado da Cultura, com apoio da Prefeitura Municipal de Santa Luzia (PMSL), por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Ciência e Tecnologia e da Secretaria de Estado da Mulher e Diversidade Humana.

Para realização do Festival, a Prefeitura de Santa Luzia reformou escola no Quilombo do Talhado, fez terraplanagem no entorno da área e melhorou o acesso à comunidade, que fica localizada na zona rural, a 18 km a partir da BR-230, na entrada vicinal à direita de quem sai do município.

O EVENTO

O evento teve abertura na noite do sábado (26), no Parque do Forró, no Centro de Santa Luzia, com um chamamento ao público para participar do Festival no domingo, na Serra do Talhado. Na ocasião, foram exibidos, em telão, os filmes ‘Aruanda’, de Linduarte Noronha, que conta a história do Quilombo do Talhado, e ‘Céu’ (que conta a história da louceira e líder comunitária Maria do Céu, filme contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc). Também houve apresentações de dança e música, com apresentações do forrozeiro Geová do Acordeon e do cantor Neguinho Show.

Já no domingo, o evento ocorreu na Serra do Talhado, que dá nome à Comunidade Quilombola. No palco do pavilhão, montado no centro do Quilombo, passaram cerca de 30 atrações, entre forrozeiros, grupos de dança, pontões, reisado e outras expressões culturais mantidas pelas comunidades quilombolas.

O público presente também teve acesso a tendas montadas com exposições de artesanato quilombola, com destaque para as louças produzidas pelas mulheres da própria Comunidade do Talhado e produtos elaborados por associações quilombolas de todo o estado, bem como espaços para venda de comida e outros itens.


 
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