Na noite desta terça-feira, 19 de novembro, a cidade de Santa Luzia viveu um momento histórico ao celebrar os 150 anos de fundação da Banda Duarte Machado, um dos patrimônios culturais mais emblemáticos do município e uma das bandas de música mais longevas do Nordeste brasileiro.
A celebração integrou a programação festiva pelos 153 anos de Emancipação Política de Santa Luzia e atraiu autoridades, historiadores, músicos e a comunidade local em um evento marcado por emoção e reconhecimento.
Exposição comemorativa abre as festividades
As comemorações começaram no período da tarde, com a abertura de uma exposição especial no Museu Jeová Batista, organizada para contar a trajetória centenária da Banda Duarte Machado. Fotografias históricas, uniformes antigos, partituras e instrumentos foram exibidos, revelando a rica contribuição cultural da banda ao longo de seus 150 anos.
Noite de homenagens e música
À noite, a Praça Silvino Cabral se transformou em palco para a principal celebração. O evento contou com a apresentação da própria Banda Duarte Machado, regida pelo maestro Régis Clet, que emocionou o público com um repertório especial. Participaram também músicos convidados, historiadores e membros do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Luzia (IHGSL).
O vice-prefeito Francisco Seráphico (Chicão), representando o prefeito José Alexandre (Zezé), destacou a importância da Banda Duarte Machado para a identidade cultural de Santa Luzia: “Celebrar os 150 anos da nossa Banda Duarte Machado é reconhecer a história, a arte e o legado que ela construiu não apenas para Santa Luzia, mas para toda a região. É um orgulho que nos une como povo.”
Entre os presentes, estavam o secretário-chefe de Gabinete, Valdomiro Lima; o secretário Municipal de Cultura, Hyuri Sousa; o secretário Municipal de Serviços Urbanos, César Lira; a secretária Municipal de Saúde, Ceciliana Medeiros; e a gerente de Turismo, Roseana Coelho. O evento contou ainda com as participações do presidente do IHGSL, Renato Medeiros, e dos professores José Dantas Neto e Carmélio Reinaldo, que contribuíram com relatos históricos e homenagens.
Uma celebração à altura da história
O evento de terça-feira foi um tributo a essa rica história, reafirmando o compromisso da Prefeitura de Santa Luzia com a valorização da cultura e da memória do município. Santa Luzia não apenas preserva seu passado, mas o transforma em inspiração para o futuro.
A noite festiva terminou com aplausos, emoção e a certeza de que a Banda Duarte Machado seguirá encantando corações por muitos anos.
A história de uma tradição sesquicentenária
Fundada em 24 de novembro de 1874, a Banda Duarte Machado, de Santa Luzia, é uma das mais antigas e renomadas do Nordeste. Sua trajetória inclui períodos de crise e revitalização, destacando-se figuras como o maestro Ezequiel Fernandes, que impulsionou sua fama regional no final do século XIX, e José Machado, que a reorganizou após um ataque à sua sede em 1912.
Renomeada como Filarmônica 23 de Maio em 1918, sob a liderança de Enéas Hipólito Dantas, a banda retomou seu prestígio e passou por sucessivas gerações de músicos da família Machado.
Em 1920, o senhor José Theódulo Fernandes, filho de Ezequiel Fernandes assumiu a direção da Banda, posto que ocupou por mais de vinte anos, passando a batuta para o seu discípulo Ernani da Veiga Pessoa, professor, musicista e compositor, em 1943. Em 1964, o maestro Ernani da Veiga Pessoa passou a regência ao seu genro Sebastião de Jesus Machado, conhecido simplesmente por Bá, e este, em 1980 entregou o cargo ao seu irmão João Fernandes Machado, conhecido por Bêia, que por sua vez passou ao seu também irmão José da Costa Machado em 1997. Todos os filhos do músico Duarte Augusto Machado e netos do maestro Ezequiel Fernandes e José Machado.
Em 1994, a tradicional Banda recebeu seu atual nome em homenagem Duarte Augusto Machado e sua contribuição histórica.
José da Costa Machado faleceu em abril de 1998, deixando a regência para o seu sobrinho maestro Anselmo Duarte da Nóbrega Machado, filho do maestro Bêia. A banda também teve a regência de Francisco Fernandes Filho, o renomado Maestro Chiquito e, hoje se encontra sob a regência do Maestro Régis Clet.
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